O Latin American Journal of European Studies (ISSN 2763-8685) é uma publicação do Centro Latino-Americano de Estudos Europeus, criada a partir do projeto BRIDGE do Jean Monnet Network com financiamento do Programa Erasmus + da Comissão Europeia. Com foco nas linhas editoriais sobre Direito e Políticas da União Europeia e Relações Internacionais da União Europeia com países terceiros e América Latina, a segunda edição da Revista conta também com um dossiê temático sobre Migração e Cidadania na União Europeia e América Latina, organizado por Aline Beltrame de Moura da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) e Sandra Negro da Universidad de Buenos Aires (Argentina). A segunda edição da Revista está aberta para submissões até 01 de Novembro de 2021.
O Latin American Journal of European Studies (ISSN 2763-8685) é uma publicação do Centro Latino-Americano de Estudos Europeus, criada a partir do projeto BRIDGE do Jean Monnet Network com financiamento do Programa Erasmus + da Comissão Europeia. Com foco nas linhas editoriais sobre Direito e Políticas da União Europeia e Relações Internacionais da União Europeia com países terceiros e América Latina, a segunda edição da Revista conta também com um dossiê temático sobre Migração e Cidadania na União Europeia e América Latina, organizado por Aline Beltrame de Moura da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) e Sandra Negro da Universidad de Buenos Aires (Argentina). A segunda edição da Revista está aberta para submissões até 01 de Novembro de 2021.
Aline Beltrame de Moura, Naiara Posenato, Sandra Negro
Directive 2004/38/EC, Concept of “direct descendant”, Child under permanent legal guardianship under the kafala regime
The mobility of persons within the European Union is inherent to the status of citizenship. The essential content of this status requires adequate protection of their right to family life. The objectives of this paper are: firstly, to analyse to what extent the best interests of the child and the right to family life oblige the competent authorities of the Member States of the European Union to facilitate the entry and residence of a child over whom European citizens have constituted a kafala. Secondly, to analyse, in the event that such an obligation exists, the influence it has on the aliens law of the Member States and, in particular, on Spanish law. And, thirdly, to determine whether or not consideration as a member of the family for the purposes of entering a certain EU Member State should be conditional on the prior recognition of the judicial decision of the State where the kafala has been constituted. The methodology employed in this work is that of legal research: a selection of normative materials, case law of the Court of Justice of the European Union and doctrine that has been considered sufficiently relevant is analysed. The results achieved are: 1) To demonstrate that the competent authorities of the Member States have the obligation to facilitate the entry and residence of a minor who has formed a kafala, provided that there is a reasonable expectation of family life and that it does not derive from a manifestly fraudulent situation. 2) Analyse the consequences that this obligation generates in Spanish immigration law. 3) To show how the model based on mutual recognition is imposed in this area, where the only thing to be done is to check the regularity of the document.
Nuria Marchal Escalona
Migração, Cidadania global, Multiculturalismo
A migração deixou de ser um problema dos Estados e passou a ser um tema de interesse da comunidade internacional e, por isso, sua perspectiva global, que decorre da sociedade de risco e da globalização, deve ser estudada à luz dos standards dos direitos humanos, no contexto do cosmopolitismo. A cidadania global do imigrante deve ser consolidada através da perspectiva multicultural e com a prevalência do direito à diferença. A intensificação dos fluxos migratórios, decorrentes das violações dos direitos humanos, consigna a relevância do tema, que se justifica pela necessidade de se refutar a política de securitização das fronteiras pelos Estados, o que acarreta a desumanização dos imigrantes, tratados como grupos minoritários, estranhos e perigosos. Convém ressaltar, ainda, que o objetivo geral do trabalho é analisar a interseccionalidade entre migração, cidadania e multiculturalismo e, por sua vez, o objetivo específico é analisar o instituto jurídico da cidadania global como meio de conferir a capacidade de agir aos imigrantes no contexto supranacional. Optou-se pelo método dedutivo, com a técnica de documentação indireta e procedimento de análise doutrinária e legislativa e, com isso, espera-se alcançar, como resultado, a constatação da ideia de que a cidadania global suplanta a cidadania nacional e é exercida dentro de espaços de participação política e democrática que levam em consideração os direitos da personalidade do imigrante, enquanto sujeito de direito internacional. O artigo será composto por três itens, divididos da seguinte forma: inicialmente, o trabalho analisará a migração em perspectiva global para, depois, adentrar ao estudo da perspectiva multicultural da migração e, por fim, abordará o instituto da cidadania global dos imigrantes em perspectiva multicultural. A finalidade do trabalho é responder ao seguinte problema: o multiculturalismo é capaz de garantir os meios de ação ao imigrante para que ele seja efetivamente considerado um cidadão global?
Nancy Eunice Alas Moreno
Migration, Global citizenship, Multiculturalism
Migration has ceased to be a problem of the states and has become an issue of interest of the international community, and therefore its global perspective, which stems from the risk society and globalization, must be studied, institutionalized and analyzed in the light of human rights standards in the context of cosmopolitanism. Moreover, the global citizenship of the immigrant should be consolidated through the multicultural perspective and with the prevalence of the right to difference.
The intensification of migratory flows, resulting from human rights violations, consigns the relevance of the theme, which is justified by the need to refute the policy of securitization of borders by States, which leads to the dehumanization of immigrants, treated as minority groups, strangers and dangerous. Based on the above assertions, it is worth noting that the general objective of this paper is to analyze the intersectionality between migration, citizenship and multiculturalism and, in turn, the specific
objective is to analyze the legal institute of global citizenship as a means of conferring the ability to act to immigrants in the supranational context. The deductive method was chosen, with the technique of indirect documentation and the procedure of doctrinal and legislative analysis. As a result, it is expected to reach, as a result, the verification of the idea that global citizenship supplants national citizenship and is exercised within spaces of political and democratic participation that take into consideration the personality rights of the immigrant, as a subject of international law. The article will be composed of three chapters, divided as follows: initially, the paper will analyze migration from a global perspective, then, it will go into the study of the multicultural perspective of migration and, finally, it will address the institute of global citizenship of immigrants from a multicultural perspective. With these objectives, with the methodology adopted and due to the relevance of the topic, the purpose of the work is to answer the following problem: is multiculturalism able to guarantee the means of action to the immigrant so that he is effectively considered a global citizen?
Claudia Regina de Oliveira Magalhães da Silva Loureiro
Migration, Citizenship, Development
The purpose of this written work is analyze the impact of migrants in the development of Latin America and Europe. The inter-american Judicial System is at de forefront regarding the equalization of rights for migrants and nationals. adapting human rights for migrants. Latin America had a large flow of immigration since the XIX century, and therefore has a vast experience in restriction and openings that different governments had ruled about the rights of migrants. Civil society is a very important actor for the social inclusion and development of migrants. The Global Compact for Safe, Orderly and Regular Migration says that if migrants are integrated thy can better contribute for the development of states. There are pending challenges for the Charter of Fundamental Rights of the European Union and The Strategic Plan of Social Action of Mercosur, in the community law. Development of states is closely related with de social cohesion of migrants. The States must deny individual and
bilateral positions that undermine integration.
Silvia Fernanda Menéndez
Cidadania, América Latina, Europa
The aim of this work is to lay the foundations for an appropriate Community policy on immigration that facilitates the integration of foreigners, by means of a legal model common to the 27 Member States
of the European Union, based on the following pillars: a) on the idea of immigration as an exchange, a driving force for progress and peace; b) on the recognition of the rights and freedoms of foreigners and their non-criminalisation; c) on the attack on illegal immigration at its source, acting on the causes that generate and sustain it; and, d) on the strengthening of control mechanisms for offences related to the irregular hiring of foreigners. In order to achieve the main objectives of the manuscript presented, and given that its main characteristic is a legal object, a dual dogmatic-empirical legal methodology is proposed as a model. The dogmatic legal methodology consists of a doctrinal study and the use of written sources to understand the phenomenon of immigration in the EU from a theoretical-practical perspective. The empirical methodology is based on a field study with the aim of analysing the policies
and regulations on immigration in the different member states, where it is possible to observe the existing differences between the countries of the centre and the countries of the south, between all of these and the Nordic countries. The result obtained, after the application of this methodology, is a theoretical-practical study that delves into the need to create a common model of effective integration of the immigrant population in the EU, where freedom of movement and the principle of equality should
inspire all its legislation, so that this phenomenon can be seen from a different perspective, and so that both nationals and foreigners can benefit from the potential and the opportunity that the migratory phenomenon represents.
Alfonso Ortega Giménez
Inmigration, Integration, European Union
O aumento do fluxo de estrangeiros nos mais diversos países e a percepção da importância dos direitos políticos enquanto direitos fundamentais levam à reflexão sobre a possibilidade de participação política a estrangeiros. Este artigo tem como objetivo analisar os limites do acesso do estrangeiro aos direitos políticos na América Latina e na Europa. Aborda-se, por meio de uma análise documental, bibliográfica, qualitativa e descritiva, primeiramente, a situação dos direitos políticos nos países Hispânicos da América do Sul. Expõe-se, em seguida, o alcance dessas garantias ao não-nacional no Brasil. Mostra-se, após, as particularidades no sistema Mexicano de concessão desses direitos. Descreve-se ainda a possibilidade do gozo dessas liberdades na América Central. Estuda-se o sistema Europeu de concessão de direitos políticos aos estrangeiros desse continente. Finalmente, são discutidas as limitações das garantias de participação nas decisões dos não-nacionais de países terceiros. Com o estudo, que também é analítico, descritivo e exploratório, verificou-se que todos os países da América do Sul concedem algum tipo de liberdade política, diferentemente da América Central e do México. Constatou-se, também, que, na Europa, penas os nacionais Europeus possuem efetiva atuação local, entretanto em diversos países, estrangeiros residentes de países terceiros possuem direitos políticos a nível municipal.
Raquel Ramos Machado, Lara Campos Arriaga
Family reunification, European Union Law, Jurisprudence, Family Unit
This paper analyzes family reunification in the EU, taking into account the doctrine of the Court of Justice of the European Union through the analysis of a judgment whose object of litigation is family reunification. As well as the Family Unit, specifically regarding the rupture of this as a consequence of emigration.
Nayiber Febles Pozo
Surviving spouse, Surviving partner, Applicable law
This communication aims to analyse the problems of discoordination between applicable law to family and succession rights of surviving spouse or partner from the point of view of EU International Private Law. Firstly, we expose the Private International Law rules contained in current Regulations (EU) no. 650/2012, 2016/1103 and 2016/1104. Afterwards, we examine the chances of getting a coordination by means of jurisdictional authorities and, mostly, by the parties using the choice of applicable law. The conclusion is that the current Regulations does not solve efficiently the problem of discoordination, and due to that we also
propose several remedies concerning the direct and indirect adaptation
to solve the problem.
Antonio Jesús Calzado Llamas
Migração, Refugiado, Cidadania
Uma visão geral das dificuldades enfrentadas por crianças refugiadas é apresentada. O artigo propõe de lege ferenda a concessão da cidadania do país hospedeiro para crianças nascidas refugiadas com base em três linhas de argumentação: o significado da cidadania e a prevenção da apatridia, o melhor interesse da criança e a prevenção das crianças em situação de refugio prolongado. Nesse contexto, três iniciativas recentes para enfrentar os desafios dos refugiados são debatidas: a Declaração de Nova York para Refugiados e Migrantes, o Pacto Global e a Convenção Internacional Modelo sobre Mobilidade. Finalmente,três medidas possíveis são sugeridas para implementar a cidadania para aqueles que nasceram como refugiados: Um protocolo opcional à Convenção dos Direitos da Criança, um protocolo opcional à Convenção das Nações Unidas Relativa ao Estatuto do Refugiado, ou então que os Estados, ao adotarem a Convenção Internacional Modelo sobre Mobilidade, incluam expressamente o direito à cidadania aos nascidos como refugiados. Os Estados latino-americanos podem liderar a reivindicação do direito à cidadania para aqueles que nascem como refugiados, uma vez que o ius solis é adotado por quase todos os Estados da América Latina.
Lutiana Valadares Fernandes Barbosa
Refugiados, Princípio da não-devolução, Direito Internacional dos Refugiados, Sistema Interamericano de Direitos Humanos; Sistema Europeu de Direitos Humanos
This article aims to present how the international protection of refugees and asylum seekers occurs in the Inter-American and European Human Rights Systems, based on the similarities and differences in relation to the refugee concept and the scope of the principle of non-refoulement. Thus, an analysis is carried out through comparative methodology of the international jurisprudence of the Inter-American Commission and Court of Human Rights and the European Court of Human Rights, in particular on the return of refugees. Therefore, the article seeks to understand the analysis of both international systems on the
O presente artigo tem como objetivo apresentar de que forma ocorre a proteção internacional dos refugiados e solicitantes de refúgio nos Sistemas Interamericano e Europeu de Direitos Humanos, a partir das semelhanças e diferenças em relação ao conceito de refugiado e ao alcance do princípio do non-refoulement. Assim, realiza-se uma análise através de metodologia comparativa da jurisprudência internacional da Comissão e Corte Interamericanas de Direitos Humanos e da Corte Europeia de Direitos Humanos, em particular sobre a devolução de refugiados. Logo, o artigo busca compreender a análise de ambos os sistemas internacionais sobre a temática em seus julgamentos de casos concretos sobre violações de direitos humanos de refugiados e solicitantes de refúgio, verificando os desafios para as garantias de direitos humanos de refugiados nos contextos europeu e americano. Neste sentido, o Sistema Europeu de Direitos Humanos possui uma jurisprudência mais extensa e vasta em relação a refugiados, porém o Sistema Interamericano de Direitos Humanos apresenta parâmetros sobre migrantes e refugiados com tendências mais protetivas e avançadas.
Vitória Westin Barros
Refugiados, Jovens migrantes, União Europeia
Trata-se de artigo científico com o objetivo de estudar os métodos que vêm sendo utilizados pela União Europeia para aferição da idade de jovens migrantes desacompanhados e indocumentados. Para tanto, a pesquisa bibliográfica qualitativa e método descritivo serão utilizados. Preliminarmente, investiga-se em que consistem as vantagens de ser considerado menor de idade, ou seja, o regime jurídico de especial proteção à criança e ao adolescente, que lhes confere direitos e maior assistência. Verifica-se que, na União Europeia, a maior vantagem em ser considerado menor de idade é a exceção ao Sistema Dublin, permitindo, em tese, que a criança não se vincule a ter o processamento do seu pedido de asilo no primeiro país europeu em que entrou. Após, analisa-se a Diretiva nº 32/2013 da União Europeia, que permite a utilização de métodos médicos para aferição de idade, mas não determina quais podem ser usados, deixando ampla margem aos países europeus, que não possuem padronização sobre o tema: por exemplo, o Conselho Constitucional da França permitiu testes ósseos para tal finalidade, enquanto há países utilizando apenas métodos não médicos, como avaliações sociais. Sugere-se como possível solução a análise holística ou multidisciplinar, no mesmo sentido das recomendações expedidas pelo Conselho da Europa. Por fim, investiga-se se tais parâmetros podem ser levados para o Brasil, que enfrenta uma intensificação das migrações advindas da Venezuela, compostas por grandes números de menores desacompanhados e sem documentação. Conclui-se que, até o momento, o regime jurídico brasileiro tem sido mais benéfico aos menores de idade, pois prevê a presunção de menoridade, ao contrário do que ocorre na União Europeia, que tornou prática o uso de métodos médicos de aferição etária.
Aline Memória de Andrade
Este trabalho realiza um estudo do Pacto Ecológico Europeu por meio de uma pesquisa exploratória e documental da questão, das disposições nos tratados constitutivos do bloco e dos documentos oficiais, levantando quais seus objetivos e desvelando as suas bases para indicar alguns possíveis efeitos do Pacto nas relações internacionais. Inserido no contexto das lutas contra mudanças climáticas e tido como uma estratégia europeia para retomada verde da economia, aborda-se como essa política pode influenciar a adoção de condutas semelhantes por outros atores internacionais. Analisa-se a presença da preocupação ambiental na estrutura legal da União Europeia e também a centralidade do desenvolvimento sustentável para o bloco. Partindo do avanço das proposições em torno do conceito de desenvolvimento sustentável do ponto de vista multilateral, passa-se a observar a implantação de medidas que almejam atingir tal desenvolvimento, muito por causa da emergência climática. Sob esse ponto de vista, ao buscar analisar as possíveis repercussões e efeitos da medida da União Europeia, o Pacto Ecológico Europeu serve também como ferramenta de estudo da influência do bloco europeu sobre outras regiões e Estados. O foco deste artigo é compreender que tipo de influência a União Europeia pode exercer a partir do Pacto Ecológico Europeu, ao invés de adentrar nas questões de como essa influência ocorre. Por fim, aborda-se a situação do Brasil e do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia diante da busca europeia pela neutralidade climática. As conclusões prospectivas deste trabalho são de um possível reforço do papel normativo da União Europeia tanto por sua posição de avanços na temática do desenvolvimento sustentável, quanto pelo papel deliberado de pautar suas relações externas e políticas internas por este princípio. Acrescentam-se a isso ponderações sobre a posição do Brasil e um apanhado das relações internacionais via relacionamentos Mercosul-União Europeia e multilaterais.
Marcelo Terra Bento Martinelli
Parlamento Europeu, eleições de segunda-ordem, partidos eurocéticos de direita
Elections to the European Parliament (EP) are considered by several authors as second-order elections. This is due to the low voter turnout, the better performance of opposition and/or radical parties compared to first-order national elections, the dynamics of “opposition voting” and “sincere voting”, among other aspects. The growth of Eurosceptic parties in the 2014 elections, especially on the right side of the political spectrum, as well as the increase in the turnout in the 2019 elections, brought this discussion back to the fore, in which certain authors reaffirm the persistence of this second-order character, while others relativize it. Based on a literature review focused on the EP case, this paper aims, firstly, to present this debate, identifying different explanations for the rise of the Eurosceptic right in 2014 and for the increase in turnout in 2019, correlating this debate with readings on Euroscepticism and far right. Secondly, it was verified whether the logic of the opposition vote, one of the main assumptions of the theory, was present in the 2014 and 2019 elections regarding the right-wing Eurosceptic parties. It was found that, among the 56 cases analysed in the two elections, 26 fit the dynamics predicted by the opposition vote, while another nine cases also fit the dynamics predicted by other assumptions of the theory. It is noteworthy that some right-wing Eurosceptic parties, especially the more
As eleições para o Parlamento Europeu (PE) são consideradas por vários autores como eleições de segunda-ordem. Isso se deve ao baixo índice de comparecimento eleitoral, ao melhor desempenho dos partidos de oposição e/ou radicais em relação às eleições nacionais de primeira ordem, à dinâmica do “voto de oposição” e do “voto sincero”, entre outros aspectos. O crescimento dos partidos eurocéticos nas eleições de 2014, sobretudo do lado direito do espectro político, bem como o aumento do comparecimento às eleições de 2019, trouxeram de volta esta discussão, em que alguns autores reafirmam a persistência deste caráter de segunda-ordem, enquanto outros o relativizam. Com base numa revisão de literatura centrada no caso PE, este artigo visa, em primeiro lugar, apresentar este debate, identificando diferentes explicações
para o surgimento da direita eurocética em 2014 e para o aumento do comparecimento em 2019, correlacionando este debate com leituras sobre euroceticismo e extrema-direita. Em segundo lugar, verificou-se se a lógica do voto da oposição, um dos principais pressupostos da teoria, esteve presente nas eleições de 2014 e 2019 quanto aos partidos eurocéticos de direita. Verificou-se que, dos 56 casos analisados nas duas eleições, 26 se enquadram na dinâmica prevista pelo voto da oposição, enquanto outros nove casos também se enquadram na dinâmica prevista por outros pressupostos da teoria. Nota-se que alguns partidos eurocéticos de direita, especialmente os mais radicais, tendem a ser partidos pequenos e/ou de oposição, que costumam ter melhor desempenho em eleições de segunda-ordem.
Victor Matheus de Santana Santos